Como é possível perder-te
sem nunca te ter achado
nem na polpa dos meus
dedos
se ter formado o afago
sem termos sido a cidade
nem termos rasgado pedras
sem descobrirmos a cor
nem o interior da erva
Como é possível perder-te
sem nunca te ter achado
minha raiva de
ternura
meu ódio de conhecer-te
minha alegria profunda