Meu caro e sempre lembrado poeta Soares Feitosa
Há tempos que estou para te esrever, comovida e agradecida pela
lembrança amiga de me mandar a homenagem ao Mestre Octavio Paz,
com seu "Dio insaciable que mi insomnio alimenta..." e tua caminhada pela
Rodovia Catuana e teu olhar que transfigurou metaforicamente as carnaubeiras...
e que interroga o "Senhor Engenheiro" que nos oculta o mistério
de Sua presença e criação... Chorei como uma criança,
quando ao abrir o Estadão na manhã do dia 20 de abril, li
na primeira página a morte da Grande Presença de Octavio
Paz... mas teu poema tem razão:
— ¿Dom Octavio Paz?
— ¡Presente!
Criou para nós um universo tão rico, amor, paixões,
inteligência, generosidade, interrogações vitais...
que nos fez a todos seus habitantes...Fisicamente, ele se foi, mas o universo
que ele criou para nós continua aí, cada vez mais aberto
a novas descobertas. Octavio Paz foi um dos meus primeiros mestres-guias,
a ajudar-me a encontrar meus próprios caminhos no mundo da literatura,
sondado em suas profundezas.
Ainda não mergulhei fundo no teu poema final "Não é
aqui não". Emocionou-me; é denso e vibrante de paixão,
como tudo o que escreves. |