Nelly Novaes Coelho

As Carnaubeiras de Catuana – uma homenagem a Octavio Paz
 
 
Meu caro e sempre lembrado poeta Soares Feitosa 

            Há tempos que estou para te esrever, comovida e agradecida pela lembrança amiga de me mandar a homenagem ao Mestre Octavio Paz, com seu "Dio insaciable que mi insomnio alimenta..." e tua caminhada pela Rodovia Catuana e teu olhar que transfigurou metaforicamente as carnaubeiras... e que interroga o "Senhor Engenheiro" que nos oculta o mistério de Sua presença e criação... Chorei como uma criança, quando ao abrir o Estadão na manhã do dia 20 de abril, li na primeira página a morte da Grande Presença de Octavio Paz... mas teu poema tem razão: 

            — ¿Dom Octavio Paz? 
            — ¡Presente! 

            Criou para nós um universo tão rico, amor, paixões, inteligência, generosidade, interrogações vitais... que nos fez a todos seus habitantes...Fisicamente, ele se foi, mas o universo que ele criou para nós continua aí, cada vez mais aberto a novas descobertas. Octavio Paz foi um dos meus primeiros mestres-guias, a ajudar-me a encontrar meus próprios caminhos no mundo da literatura, sondado em suas profundezas. 

            Ainda não mergulhei fundo no teu poema final "Não é aqui não". Emocionou-me; é denso e vibrante de paixão, como tudo o que escreves.

 

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Página editada por  Alisson de Castro,  Jornal de Poesia,  29  de  Julho  de  1998