Peixes do mar enorme
afugentai os maus sonhos.
Levai-os pra muito longe,
para o mundo submerso,
onde não chega a visão.
Ai, que faço, minha amada,
toda noite neste cais?
Meus cabelos, minha angústia,
meus olhos submarinos,
ó peixes do mar enorme,
afugentai os maus sonhos.
Amada, deixai-me ir,
embora pra muito longe,
não molheis mais o meu peito
com o suor da vossa testa,
amada, deixai-me ir,
embora pra muito longe.
Vede o Navio, amada,
repousai os olhos nele,
deixai-me partir, amada.
O suor da minha amada
(orvalho da noite-angústia)
molhou-me o peito e não posso
partir com os meus cabelos,
dançando no vento triste,
meus olhos submarinos
bailando na escuridão.
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