Nasceu em 12 de outubro de 1809 no sítio Floresta do município
de Paparí - RN, cidade hoje denominada de NÍSIA FLORESTA
em sua homenagem. Seu nome de batismo é Dionysia, sendo seus pais
Dionysio Gonçalves Pinto Lisboa e Antônia Clara Freire, sendo
esta brasileira e aquele português.
Aos 19 anos deixava o Rio Grande do Norte, instalando-se em Pernambuco,
transportando-se posteriormente para o Rio Grande do Sul, onde promoveu
e organizou um colégio, que ali mereceu o melhor acolhimento. Continuou
sua delicada missão educadora no Rio de Janeiro, que a atraíra,
talvez para relevo maior do seu espírito forte e fulgurante. Lá
realizou conferências sobre o Abolicionismo e a República,
sem perder ocasião de revelar-se pela emancipação
dos escravos, liberdade dos cultos e federação das províncias,
magnos problemas sociais e políticos. Colaborou no Jornal do Comércio,
Correio Mercantil, Diário do Rio de Janeiro, Brasil Ilustrado, etc...
Distanciou-se de sua pátria em 1848, passando a residir em Paris,
comunicando-se com Victor Hugo, Saint-Hilaire, Lamartine, George-Sand,
Laboulaye e correspondendo-se com Augusto Comte, Manzzini, Garibaldi e
outros notáveis espíritos da época. Percorreu grande
parte da Europa, demorando-se de preferência na Itália, tendo
viajado também para o Oriente. Freqüentou cursos de Ciências
na Itália, Inglaterra e França.
Em 1831 inicia sua estréia nas letras. No Espelho das Brasileiras,
jornal dedicado as mulheres pernambucanas, começa a surgir a escritora.
De sua autoria temos vários livros todos esgotados: 1832 - Direito
das Mulheres e injustiça dos homens (tradução de um
folheto original de Miss Godwin, tirando novas edições em
1833 e 1839; 1842 - Conselhos à minha filha, de que o Bispo de Mondovi
fez versão para o italiano e o francês; 1845 acrescentado
em nova edição "com 40 Pensamentos em versos; 1847 Fany ou
o Modelo das Donzelas e Darciz ou a Jovem Completa. Historieta oferecida
a suas Educandas; 1849 - A Lágrima de um Caeté 1ª e
2ª edição; 1850 - Revolta praieira, D'assis e Dedicação
de uma amiga; 1853 - Opúsculo Humanitário; 1854 - Páginas
de uma Vida Obscura; Um Passeio ao Aqueduto da Carioca, O pranto filial;
1856 - Versos; 1857 - Itineraire d'un voyage em Allemagne; 1858 - Consigli
a mia Figia; 1859 - Scintelle d'una Anima Brasiliana; Conseils a ma Fille
1861 - Trois ans en Italie; 1864 - Abysmo sob flores; 1871 - Um passeio
ao Luxemburg e Le Brésil e outros. Quando no estrangeiro escreveu
em muitas revistas, tendo o Novo Mundo, de New York, de 23 de maio de 1872,
publicado a sua biografia, estampando-lhe o retrato. Em manuscrito, deixou
dois volumes de poesias: Inspirações Maternas e Memórias
de Minha Vida. Passou para outro lado da vida, em Rouen a 24 de abril de
1885. O cemitério de Bonsecours, serviu de abrigo para seu corpo,
que transladou-se para o Rio Grande do Norte, hoje repousando em mausoléu
próprio na Cidade de Nísia Floresta.
"Mais notável mulher de lettras que o Brasil tem produzido, quer
pela amplitude da visão, quer pela suavidade do estylo", conforme
o alto conceito dessa inconfundível notabilidade intelectual, que
é Oliveira Lima.
Recentemente foi republicado seus livros: A lágrima de um Caeté
e Cintilações de uma alma brasileira - Sua obra literária
está sendo resgatada por CONSTÂNCIA LIMA DUARTE (NATAL - RN)
que escreveu Nísia Floresta - Vida e Obra, Editora Universitária
- UFRN 1995, um belíssimo trabalho de pesquisa, que consagra e enaltece
a autora e a UFRN. |