(...) página 2
Lá, quando no ocidente o sol havia
Seus raios mergulhado, e a noite triste
Denso-ébanico véu já começava
Vagarosa a estender por sobre a terra;
Pelas margens do fresco Beberibe,
Em seus mais melancólicos lugares,
Azados para a dor de quem se apraz
Sobre a dor meditar que a pátria enluta!
Vagava solitário um vulto de homem,
De quando em quando ao céu levando os olhos,
Sobre a terra depois triste os volvendo...
(...)
(...) página 18
Não chores, ó Caeté, o amigo teu:
Que caiu, não morreu, porque o bravo
Constante defensor da pátria sua,
Para a pátria não morre.
(...)
(...) página 21
O bravo selvagem atônito ficou...
- Quem és; lhe pergunta, infernal deidade?
- Uma tal visão de inferno não sou:
Sou cá deste mundo, a realidade.
Volta às selvas tuas, vai lá procurar
Alguns desses bens, que aqui te hão tirado:
Não creias, ó mísero, jamais encontrar
A paz, a ventura que aqui tens gozado.
(...)
(...) página 23
Um movimento fez de impaciência
Da natureza o filho.
Seus braços estendendo à bela Virgem,
Quis ir a seu socorro...
Mas os olhos volvendo à terra vê
Realidade horrível!
- Dissipa as ilusões, filho dos bosques
A meu rosto te afazei;
E verás, que tão feia eu não serei,
Como agora pareço,
Se de ilusões a mísera humanidade
Não amasse nutrir-se,
Horrenda a face minha não seria
A seus olhos depois...
(...)
(...) Página 56
E súbito o Caeté foi-se saudoso!
................................
Nas margens do Goiana agora expande
Sua dor !
- Goiana ! ... clama ele ali vagando,
Mais triste do que lá o Beberibe:
Onde está teu herói ? o filho teu !
- no céu ...
- No céu ... responde o eco ! E sabe o mundo
Suas grandes virtudes; sabe a glória,
Que seu nome deixou, nome imortal
Na pátria ! ...
E lá do Caeté
O triste pungir,
Com ele se foi
No céu confundir ! |