O alto corpo se curva,
Quebram-se as linhas
E partidas formas lentas
Se debruçam.
Do vivo traço que era
De pé, como haste erguido
Em três planos se dispersa.
Vivos olhos, agudamente,
Percorrem a sala sem lume.
Dois seios pulsam, solenes.
As mãos uma flor seguram
Suspensa sobre o regaço
E o sexo e a flor se ocultam
No sem espaço da curva.
Pernas suspendem ligeiras
Os pés, e as alpercatas
Caem no vazio onde foram
Sólidas raízes do corpo
Que a cadeira despedaça.
E na sombra,
Sem movimento,
Todo o corpo adormecido
Sobre o corpo da cadeira
Mulher de amor ausente
Talha na sombra envolvente
Vivo relevo de carne
Inútil sobre a madeira. |