Newton Soares

Ostracismo
                  
 
Vou vagando a divagar
Divagando devagar,
Umas sonho, outras cismo;
O meu pensamento vaga,
Sonha entre os grandes a vaga,
Prá eu não cair no ostracismo.

Às vezes tenho receio
De não mais beijar os teus seios
E ir pro fundo do abismo;
Este medo me apavora,
Pois sinto próxima a hora,
De eu cair no ostracismo.

A dívida dividida,
A dúvida destruída,
Lembrei-me do comunismo;
No alto astral que atravesso,
Até com Deus eu converso,
Prá não cair no ostracismo.

O bem faturou o mal,
O sonho já é real,
O amor venceu o egoísmo;
mas o que fiz foi em vão,
E eu caí no ostracismo.

 
                                                                          
Remetente: Walter Cid

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 Página editada  por  Alisson de Castro,  Jornal de Poesia,  31  de Março de 1998