Álvaro Pacheco, escritor multiforme, poeta principalmente, homem
ligado também ao jornalismo e ao cinema, vem de publicar o seu décimo
primeiro livro, exatamente aos trinta anos de atividade literária
ininterrupta ó conforme se lê em nota da "orelha" da brochura
de 300 páginas: Balada do Nadador do Infinito"" (Selo da Editora
Record). No caso, às suas ordens uma prestigiosa Editora,
a Artenova, Álvaro Pacheco preferiu a chancela de outra empresa
e isto foi para este escriba, que acompanha de perto o movimento editorial
do país, uma surpresa. Enfim, eles são brancos, se
entendem.
Esta Balada assinala um novo passo do inspirado vate no rumo da grande
Poesia. Percebe-se que ele se renova sempre. E desta feita
me recorda o estilo de Camões, nos "Lusíadas" imortais.
Não na linguagem, claro, mas no esquema, pois se baseou em fato
real, nele se apoiando "in totum" para descrever o drama da condição
humana, que pode resolver-se pelo suicídio! Vida e morte,
portanto, compõem a estrutura fundamental desse notável cometimento
lírico, cheio de nuanças filosóficas mas sensível
à percepção do leitor comum, porém arejado
e aberto. De fato, a saga do suicídio em suas diversas facetas!
Ou da Morte, nos divergentes modelos e patamares...
E o cântico do ser humano, a exemplo do suicida que se lançou
no mar, ele,
no rumo do crespúsculo irreparável
em busca de salvação
o nadador do Infinito |