No volátil abril
Labaredas e espelho
Oscilo no gume
de lúcida viagem.
Aderno, de chofre,
Ao refugir-me o passo
Ao fluido cardume
De vôos altos pássaros
Frechados para o azul
Aos gritos sobre a espuma
De uma mar paralisado
Que se recrispa e espluma.
É o doido tonteio
Do sonho ressonhado
Em pleno meio-fio
Sob o céu rasgado
De onde jorra o êxtase
Labareda e espelho
Sobre o homem que sangra
No abril delirante. |