Oliveira Roma

Avante!

Ao operário brasileiro
Operário, tem fé! Na oficina modesta Em que vivo isolado e esquecido, moirejo, Paciente mas tenaz, preso do alto desejo De, como tu, ser bom e ter sempre a alma em festa. Operário também, cheio de crença, nesta Ânsia de progredir, humílimo, antevejo A paz universal — o luminoso beijo Em que o Infinito Amor, puro, se manifesta. Não te causem vexame esses calos, que são Em tuas mãos de herói, os emblemas fecundos Do Labor, da Honradez e da Resignação. Bendize o teu destino intenso, extraordinário. Bendize-o porque Deus, arquitetando mundos, Foi Ele — o próprio Deus — o primeiro operário.

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