Oscar Rosas


Sereia

Reparem nesse bronze, veia a veia, Cornucópia de seios e de escama, Obra de um japonês, em que o Fusi-Iama Adora o mar em enluarada areia. Canta, e essa harmonia nos golpeia. É duma triste e solitária gama, Porém aumenta desse bronze a fama O olhar amortecido da sereia. Penso que sonha o pólo e o nevoeiro, E a pálida talhada de um crescente Num céu de véus de noiva e jasmineiro. E, como búzio a referver, ressoa Numa langue preguiça de serpente, Num êxtase nostálgico de leoa.


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