Pedro Marato


Voto

Corrompe-te um vício de humanidade. Se teu verso repousar na pedra, Na cúpula do tempo ressoar, Gradua-lhe o tom de eternidade, Em poeira de renúncia. Se de humano o vício suplantares, Implanta essa avareza no gesto sem afago e cruel, pois é necessário roubar ao convívio, todo o traço de intimidade. Hostil já não reputes o veio corrosivo da cal, no ardor de seu repouso sobre a pele. A indolência da bondade faz tombar as lágrimas, úteis à higiene de teu rosto.


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