Paulo Medeiros e Albuquerque

A Matéria do Sonho
 
 
            Falar de poesia é sempre, para mim, um prazer.  E quando a poesia é boa, quando o poeta é maior, esse prazer cresce.  Estou escrevendo esta nota logo após ler o livro de Álvaro Pacheco.  A Matéria do Sonho em  lançamento da Artenova.  … um senhor livro!  Em tudo e por tudo.  Na capa, na confecção, nas ilustrações de Roberto Magalhães e Helena Lindemberg: mas, sobretudo, na poesia contida dentro dele.  Não vou tentar fazer crítica pois poesia ninguém critica.  Poesia é como música; a gente sente ou não sente.  E esta poesia de Álvaro Pacheco como faz a gente sentir!  Várias vezes,  ao acabar de ler um poema, voltei atrás e reli-o, coisa que raramente me acontece.  Que me lembre o último livro que me obrigou a isso, foi o de Olga Savari — a quem estou devendo um artigo — Espelho Provisório também excelente.  Seu Poema em Oito Movimentos, os vários outros em que ele intercala versos em português e em inglês, todos enfim, que não vale lembrar apenas um quando o conjunto é tão bom,  são poemas de ler e reler.  De resto, digamos como no poema Le Bateau: Amemos irmãos e devastemos tudo!
                              
                                                                                                                     in “O GLOBO", 27/06/71
                                

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 Página editada  por  Alisson de Castro,  Jornal de Poesia,  13  de  Julho  de  1998