Foi passando uma donzela E pra ela dei psiu...
Ela parou lá na frente Perguntou: "que foi que viu?" — Foi a beleza do céu Que no seu rosto caiu.
A cantoria vai boa E os versos são colossais...
Pinto, aí da tua banda Acocorou-se um rapaz Assim nessa posição Eu não sei o que ele faz!
Chegou ali o rapaz Começou a se bulir Focou na cara da gente E eu vi a luz explodir Pensei até que era um bicho Que nos quisesse engolir.
Pinto, eu não sei distinguir Se ele é da praça ou da aldeia Pois quando se acocorou Meu sangue tremeu na veia A foto pode ser boa Mas a posição foi feia.
— A minha precisa emenda.
Não vejo quem compreenda Natureza de viola Com o sol não se dá bem Com chuva se descontrola Se vem o sol, ela racha Se vem a chuva, descola.
Um rapaz que teve escola E ainda cantar errado Fala em flor e diz "carola" Muito tem-se confessado Parte de flor é "corola" Precisa tomar "coidado"
Pra não ter um só errado Errei eu, erraste tu, Errou Pinto do Monteiro E louro do Pajeú Nesta palavra "coidado", Tire o "o" e bote o "u".
Mas, tenha muito cuidado Com as raposas daqui
Aonde eu chego, não vi Mal que não desapareça Raposa que não se esconda Bravo que não me obedeça Letrado que não me escute Cantor que não endoideça.
Pois, quem tem vindo ou estado Aonde Bandeira mora Se vem cantar, perde a rima Porque lhe falta a sonora Ensaca o pinho às carreiras Se desculpa e vai embora.
Posso ir a qualquer hora Quando o tirar do engano Vou pegar sua "bandeira" Quebro o mastro, rasgo o pano Pra lhe mostrar quem sou Me transformo num tirano.
Pelo vaqueiro que vaga Por Pinto e sua viola Por Zumbi, o Quilombola Conselheiro e sua saga Pelo baião de Gonzaga E a luta de Virgolino O barro de Vitalino Pelo menino de engenho Por isso tudo é que tenho (Orgulho de ser nordestino)