Paula Nei


A Justiça

A Justiça de um povo generoso, Pesando sobre a negra escravidão, Esmagou-a de um modo glorioso, Sufocando-a com a Lei da Abolição. Esse passado tétrico, horroroso, Da mais nefanda e torpe instituição, Rolou no chão, no abismo pavoroso, Assombrado com a luz da redenção. Não mais dos homens os fatais horrores, Não mais o vil zumbir das vergastadas, Salpicando de sangue o chão e as flores! Não mais escravos pelas esplanadas! São todos livres! Não há mais senhores! Foi-se a noite, só temos alvoradas.


* * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * *