Paula Nei


Tu és Minha

Tu és minha, afinal. Enfim te vejo Sobre meus braços lânguida, prostrada, Enquanto em tua face descorada Os lábios colo e sorvo-te num beijo. Vibra em minha alma o lúbrico desejo De assim gozar-te, a sós, abandonada, De sentir o que sentes, minha amada, De escutar-te do peito o doce arpejo. Quando, entretanto, sinto que teu seio Palpita, delirante, em doido anseio, Como a luz que do sol à terra emana, Eu digo dentro de mim: — "Se eu te manchara, Se eu te manchara, flor, eu não te amara, Ó branca espuma da beleza humana!"


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