Escuto Debussy. A noite. O luar. O oceano,
Recordo-o. Onde isso foi. Eu não o sei. Perdi-o.
Era o éfebo irreal - grego mármore humano
Olhei-o . Olhou-me. Riu. È um demônio. Eu rio.
Belo mármore jônio impassível - engano!
Os olhos verdes maus, a grenha negra, vi-o.
As suas níveas mãos, nervosas, tinham frio
Nas teclas de marfim e de ébano do piano.
A boca - flor de sangue - em claros risos francos
Mostra-me, alegre, os seus trinta e dois dentes brancos.
O amor - interjeição - duas silabas métricas.
Uma por uma eu vi todas as suas baldas.
Seus verdes olhos maus são duas esmeraldas
Sob o esplendor lunar das lâmpadas elétricas. |