Em frente o mar, fervendo e espumando de ira,
na nevrose do ódio, em convulsões rouqueja
e contra a Fortaleza imprecações atira
e blasfema e maldiz e ameaça e pragueja.
Todo ele se baba. E se arqueia e delira,
na fervente paixão de vencê-la...Peleja.
Ergue o dorso e se empina e se estorce e conspira
e cai, magoando os pés daquela que deseja.
A Fortaleza altiva, agarrada às raízes,
nem parece sentir as fundas cicatrizes,
dos golpes com que o mar o seu corpo tortura.
Evocando o passado, avista as sentinelas,
no cruzeiro do sul a cruz das caravelas
a as flechas de Poti rasgando a noite escura. |