Que mais feliz o teu destino fosse,
do que sujeito ao sol que te consome.
Pedes na seca a esmola de água doce
e um pedaço de pão porque tens fome.
Sumiu-se a voz do boiadeiro, mudo.
Secaram as fontes que aleitavam o rio.
No desespero de quem perde tudo
fecha a porteira do curral vazio.
Teus lábios racham, ao travo das raízes.
carregas o destino de infelizes,
rasgando os ombros nus, nos espinheiros...
Enquanto arquejas, maltratado, langue,
a terra tísica vai golfando sangue,
pela boca vermelha dos cardeiros. |