Mais de 3.000 poetas e críticos de lusofonia!

 

 

 

 

 

Mário Quintana


 

Das utopias


Se as coisas são inatingíveis... ora!


não é motivo para não quere-las...


Que tristes os caminhos, se não fora


a magica presença das estrelas!
 

 

 

Tiziano, Mulher ao espelho

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Herodias by Paul Delaroche (French, 1797 - 1856)

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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Mário Quintana


 

O mapa


Olho o mapa da cidade
Como quem examinasse
A anatomia de um corpo...


(E nem que fosse o meu corpo!)


Sinto uma dor infinita
Das ruas de Porto Alegre
Onde jamais passarei...


Ha tanta esquina esquisita,
Tanta nuança de paredes,
Ha tanta moca bonita
Nas ruas que não andei
(E ha uma rua encantada
Que nem em sonhos sonhei...)


Quando eu for, um dia desses,
Poeira ou folha levada
No vento da madrugada,
Serei um pouco do nada
Invisível, delicioso


Que faz com que o teu ar
Pareça mais um olhar,
Suave mistério amoroso,
Cidade de meu andar
(Deste já tão longo andar!)


E talvez de meu repouso...
 

 

 

Tiziano, Mulher ao espelho

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Mário Quintana


 

Da inquieta esperança


Bem sabes Tu, Senhor, que o bem melhor é aquele


Que não passa, talvez, de um desejo ilusório.


Nunca me dê o Céu... quero é sonhar com ele


Na inquietação feliz do Purgatório.
 

 

 

Tiziano, Mulher ao espelho

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Mário Quintana


 

Dos milagres


O milagre não é dar vida ao corpo extinto,


Ou luz ao cego, ou eloquência ao mudo...


Nem mudar água pura em vinho tinto...


Milagre é acreditarem nisso tudo!
 

 

 

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Mário Quintana


 

Dos nossos males


A nós bastem nossos próprios ais,


Que a ninguém sua cruz é pequenina.


Por pior que seja a situação da China,


Os nossos calos doem muito mais...
 

 

 

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Mário Quintana


 

A verdadeira arte de viajar


A gente sempre deve sair à rua como quem foge de casa,
Como se estivessem abertos diante de nós todos os caminhos do mundo.\
Não importa que os compromissos, as obrigações, estejam ali...
Chegamos de muito longe, de alma aberta e o coração cantando!


(Quintana in “A cor do invisível”)
 

 

 

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