Rose Alves

A Dor
 
 
O soro pinga
gota a gota.
O leito lhe dói nas costas,
O ar está frio no quarto
e uma luz fraca penetra pela janela.
Um lençol branco contrasta
com o sangue escuro
que penetra em sua veia.
O corpo está debilitado
e a voz está muito fraca.

Mas,
quando alguém
adentra aquele mundo de dor,
ele abre os olhos
e numa súplica moribunda faz um último esforço
e estende a mão.

“- Por favor,
não me deixe morrer sozinho....!”

Porém, a outra mão
não toca à sua mão,
pois ele  está morrendo de AIDS!

                                           
                                          
Nota: Pvh 22.02.90, em protesto à discriminação sofrida pelas vítimas do HIV

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Página editada por  Alisson de Castro,  Jornal de Poesia,  13  de  Agosto  de  1998