Cleonice Rainho

O Rio

A água vai passando limpinha, limpinha, espelho do caminho onde muita gente para, a se mirar... Fico olhando... é bom ver a água passar. Fraquinha, na gruta escondida nasceu. Bebeu o orvalho da serra, pelo vale desceu, retratando a paisagem. E as folhas emurchecidas, a sua frescura, reverdeceram-se milagrosamente. Rio, recebeu riachos e córregos, cresceu... ficou importante, e pontes ganhou para a estrada que o engenheiro traçou. Encontrou umas pedras, tropeçou... e, em caídas e quedas, morro abaixo rolou, virou cachoeira, girou, girou, energia e força fazendo gerar. Ergueu-se em saltos de espuma e, lá longe, longe se abriu em remanso... Foi descansar junto aos boizinhos que estavam a pastar... Depois , as cidades irá limpar, antes de correr pro mar. Destino de água corrente, faz a gente pensar.


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