Jornal de Poesia
Raimundo Braga Martins
ambb@usa.net
ALGEMAS DE CARNE
Nestes teus braços preso, com brandura,
viver a vida inteira... Quem me dera!
São algemas de carne... São loucura...
Dos quais sair não posso e nem quisera!
O amor não passa de sutil quimera
num sonho todo feito de ventura:
Nasce no alvorecer da primavera
para morrer no outono da amargura!
Em cada elo dessa algema eu sinto
o prazer de morrer... Sinto a doçura
que não senti na taça de absinto...
E toda aquela minha desventura
em prazer se transforma... E já pressinto
sucumbir nesse laço de ternura!
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