Jornal de Poesia
Raimundo Braga Martins
ambb@usa.net
EU...
Estava ali, em frente o espelho de cristal,
que a imagem a refletir fiel me refletia...
E como se me visse em frente a um pantanal
tristonho, lá no fundo, um oureo EU eu via!
Era a sombra de mim o EU que se movia
se um trejeito eu fizesse; e em imitação leal,
nos esgares da dor, o outro EU sentia
a tristeza que eu sinto e obumbra o meu fanal.
Dobras que o tempo dá, desnudam a fantasia
que outrora transvestia meu EU vivo e real,
afogando ilusões num mar de nostalgia.
Frente ao cristal do espelho, o EU que mais sofria
e vinha de cair enfim do pedestal
não sei se era eu ou o EU que me seguia!...
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