R. B. Sotero

Um Vulto

Noite atroz! Na medonha Solidão Da rua torta e mal iluminada Pela pálida luz da madrugada, Um vulto ia varando a escuridão. Quem seria tal vulto? Algum ladrão, Resvalando furtivo na calada? Um amante buscando sua amada? Seria alma penada, assombração? Fazia frio. Os cães se enrodilhavam, Os pássaros noturnos não voavam, E um silêncio mortal dava receio. Somente aquele vulto vertical, Envolto no silêncio sepulcral, Impávido, seguia o seu passeio.


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