Rosemary da Costa Ramos 

Tempo
 
Passos
latos,
lentos desatos...
Não me creio,
não me vejo.
Não sou.
A madrugada colheu-me 
o sonho.
Armo e desarmo.
Há uma chuva.
Águas de alguém
que me prendem,
rendem,
avolumam-se,
tornam e retornam a mim.
A chuva só não basta:
mormaço aparente,
é aço que fere,
é março.
 
     

[ ÍNDICE DO POETA ][ PÁGINA PRINCIPAL ]
 
 
 
Página editada por  Alisson de Castro,  Jornal de Poesia,  03 de dezembro de 1997