Paulo Augusto Rodrigues

Dor

As cinzas queimando sozinhas O gelo derretendo na álcool que resta. O mundo girando afogado, Na fumaça e na penumbra. Pela fresta, O primeiro raio de vida Se assusta ao entrar. O cheiro acre do bafo, Esconde o desgosto. Despido de tudo, Morto até acordar Vive sem sonhos, A imagem do desânimo. Suando em lágrimas, Chora um coração rejeitado. Sofre, O sopro de vida, Que ainda resta naquele raio solar. Desmancham-se líquidas, Esperanças e forças. Abrem-se tristes os olhos, Perdidos em si, Contemplando o infinito. A podridão interior, Deteriora o sangue Tornando venoso, Respirar. O ar carregado estoura no peito E a mente capta, Dor...


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