Paulo Augusto Rodrigues

Hora

Hora final! Hora em que o mundo é mais vasto, O sorriso mais fraco, O aperto mais junto. Hora que a saudade nem nasce, E aborta, A lembrança nem chega E a imagem se perde. Hora que nunca esperamos, Hora que nunca queremos. Hora da pequena morte. Hora que ficamos mais velhos. Hora que a vida me joga na cara. Hora em que perco para deus. Hora, que é só um instante! Hora que desaba o castelo, Da ruína das cartas. Hora de se enroscar no futuro, Largar os pedaços, Os lastros. Triste hora, Porque me persegues? Outra vez! É chegada a hora! A hora da despedida, A hora do adeus.


* * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * *