Rosa Bruno

Senor Montado

Senhor da solidão, da soledade, Senhor Montado!... Lembro os medonhos fragores Das suas trovoadas, Que pareciam mesmo zangas Zangas da sua austera majestade... Lembro as bolotas doces, Melhores que castanhas das melhores, Das suas tristonhas azinheiras, Senhoras graves, nobres de maneiras... Lembro os seus pastores, Estáticos, altivos, Dos rebanhos enormes, seus rebanhos, Ai nos meus olhos tão vivos!... E os silêncios infinitos E os sois e os luares Coados na ramagem... E os troncos sangrentos, descarnados, Escalpelo impiedoso do deus homem, Nunca farto de carnagem... E lembro-lhe ser-lhe sempre dedicado, Sempre filho, sempre escravo, Senhor da solidão, da soledade Senhor Montado, de austera majestade...


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