Roberto Pontes


Re-Buscando O In-Finito: Uma Análise de Lições de Espaço de Ribeiro Pontes



por Márcio dos Santos Gomes*
O objetivo do presente estudo é analisar o poema Lições de espaço de Roberto Pontes e, em fazendo isso, trazer à tona questões a propósito da construção poética e do lugar que o poeta ocupa na busca pela instauração de sua linguagem como produto de sua análise da realidade.

Procuraremos enfatizar no decorrer do presente trabalho o espaço, i.e., o fundamento sobre o qual o poeta se vale para criar poesia e como este se mostra no decorrer do poema como algo não dado, não certo, como algo que suscita eternamente esforço do poeta para poder se mostrar, se descobrir, se revelar e, dessa maneira se re-criar. A proposição da qual partimos é a de que o espaço não é algo que permanece imutável no transcorrer da temporalidade, algo que conserve sua qüididade e sua essência, sendo dessa maneira impassível e impermeável a outras interpretações. Espaço não é unidade mas sim multiplicidade e, por conservar em si a multiplicidade é que pode fazer surgir de si o múltiplo, a liberdade de criação de algo diferente do mesmo.

É por ter a possibilidade de transformação do mesmo em outro, do espaço em algo para além do espaço, da ordinariedade em extra-ordinariedade que o poeta cria poesia e interpreta a realidade não somente como histórica, ou somente como desenrolar-se de fatos e sucessividades, mas como poética, ou como recriadora de significados.

Nessa busca nasce não só poesia, mas também poeta, pois, só se pode falar do filho pressupondo a co-existência do pai, i.e., pai e filho nascem no mesmo instante; poeta e poesia se revelam ao mesmo tempo. Dessa forma o que se faz mostrar com a descoberta da poesia, a filha do poeta, é o seu lugar mais próprio, como nos diz Heráclito de Éfeso em seu fragmento 119:

hqoV anqrwpou daimwn
Na extra-ordinariedade do espaço construído pelo poeta para além da síntese significado-significante ele se des-cobre a si mesmo, des-cobre o seu habitat, o fundamento desde onde lhe é possível interpretar a realidade.

O nosso objetivo, portanto, é pensar a trajetória de re-construção de realidade feita por Pontes a partir da multiplicidade com que o poeta aborda o espaço no transcorrer do poema, e nessa reconstrução espacial, mostrar que o que se esconde, é uma busca pela superação da in-finitude ou da finitude instrínseca ao ser humano que sempre lhe aparece como condição de possibilidade de existência.

O espaço como liberdade
A partir da interpretação da constituição de espaço como multiplicidade passaremos a falar do espaço como liberdade, i.e., a multiplicidade de possibilidades de interpretação do espaço se dá na liberdade que o poeta tem de constituir o seu espaço que não necessariamente diz respeito a um referente real, mas sim a um referente criado. O espaço para o poeta é um espaço constituído a partir da liberdade que este tem de produzir um significado ou um significante. É isso que o poeta nos fala nos versos seguintes:

"Ao inventar objetos ao domar densos detalhes os artifícios da pólvora e a rosa prêsa na bússola o homem opera demiurgia"

O verbo operar nos suscita dois caminhos de interpretação, que nos conduzem a uma mesma conclusão. No primeiro o verbo operar assume o sentido de fazer, produzir, criar . Nesse sentido o homem produz demiurgia , mundo, arte, significações, etc; é o agente primeiro e responsável pela criação, é o sujeito da ação. No segundo sentido que a palavra pode tomar no Português, comumente utilizado na medicina, operar significa abrir, fazer aparecer o que internamente se passa em um corpo. Operar é, pois, des-cobrir o que se passa por detrás do que se mostra, e des-cobrir é ver o que já está pronto, é buscar para além do que se dá, aquilo que se vela, mas que sempre esteve ali, que sempre se escondeu, se subtraiu; é buscar no mundo aquilo que lhe é mais próprio, que o possibilita aparecer, a natureza primeira, originária e originante; não é buscar um mundo além do mundo mas no mundo o que se mostra com o mundo. Operar demiurgia, pois, toma o sentido de fazer aparecer, trazer à tona o que está escondido, o homem é pois agente mas não sujeito da ação pois não cria nada, mas toma contato com o que fora criado e sempre lhe fugiu.

A diferença de um ou outro modo de interpretação se dá na radicalidade com que tomamos o verbo operar, mas em última análise, o que podemos notar nessas interpretações é o exercício de liberdade do homem no seu fazer, i.e. em toda a criação, em toda a produção de conhecimento e, em todo desvelamento do real, o que se dá mais radicalmente é o lançar-se do homem na busca do conhecimento, que à primeira vista lhe aparece como criação sua, mas em segunda análise, se mostra apenas como o re-conhecimento do que sempre se deu, mas nunca lhe foi possível enxergar. Toda criação humana é, nesse sentido, posterior, pois parte do dado, de uma realidade produzida, pronta, que não necessita do homem para modificá-la. Mas isso não significa que o homem não tenha o que fazer, ao contrário, a liberdade do homem se dá exatamente nesse momento, em que a partir dodado ele produz um outro dado, ele modifica, adequa, cria uma outra realidade, cria uma segunda natureza, cria civilização, história, poesia. Somente o homem possui essa liberdade de criação e de re-criação do espaço, os outros entes lhes servem sempre de matéria para a sua liberdade de constituição de um espaço que é seu, de um espaço forjado e conquistado no exercício da liberdade do seu criar. O espaço constituído a partir de então é um espaço tomado como o lugar onde se exerce mais radicalmente a liberdade humana, é o espaço da liberdade. Para o qual mais uma vez nos desperta a astúcia do poeta:

"cem mil milhares de sóis igual lote de anos-luz o poeta assim disserta premissas e teoremas de sua esfera anilada"

A liberdade se mostra na construção de premissas e teoremas sobre o mundo que o cerca (sua esfera anilada) e, no des-cobrimento de outros mundos e de distâncias que nos separam desses mundos (cem mil milhares de sóis, igual lote de anos-luz), mas toda essa compreensão só nos é dada pelo verbo dissertar conjugado no meio da estrofe. Dissertar, nos diz em um primeiro sentido discorrer, tratar com desenvoltura, expor, exatamente o mesmo sentido que possuía a palavra latina dissertare, que, no entanto, poderia assumir o sentido de semear, espalhar sementes em diferentes partes, plantar aqui e ali . Em ambos os sentidos o verbo latino dissertare se relaciona com o verbo dicere, que da mesma forma assume o sentido de dizer e posteriormente no português o sentido de lançar a sorte (ditar) . É nessa esfera de compreensão que nos lança o poeta ao colocar esse verbo como o regente da estrofe; dissertar premissas e teoremas é lançar sementes na realidade para ver se vingam, e nesse sentido é jogar com a sorte, não é ter certezas, mas brincar com a possibilidade de des-cobrí-las, sendo assim toda a dissertação é con-sideração, pois no dissertar se pensa com as estrelas (cum sidera).

O espaço como constituição

"O homem se veste em sua arte"

Nesse fazer, nessa busca pela descoberta e pela constituição de seu espaço, o homem se mune do que já conseguiu produzir. Se veste de algo que é seu e só pode ser produzido num lançar-se sobre si na busca de superação. O verbo vestir, assim como os seus cognatos vestíbulo (entrada de uma casa), vestígio (marca, indício, pista) nos mostra exatamente isso. Ao munir-se do que é seu o homem acha o caminho para o estabelecimento do seu espaço, para a constituição de um lugar amado e, nessa busca, deixa pistas, indícios de sua passagem, pegadas - na busca de superação o homem produz cultura.

Nessa passagem para o estabelecimento de um espaço que dá origem à cultura e à sociedade, o homem se depara com outras formas de especialidade que, a cada momento, o chamam à superação : o espaço como trabalho, ou, principalmente, como desafio.

"de dois sacos de farinha legumes frutas e vagens faz crescer a barricada enxada sôbre a ombreira e velha mão calinchada" "e do milho colhe espigas na loura cor aluada do suor de sua face ração remida na faca e recolhida na foice." "de da vinci ao papagaio de papel até santos dumont com seu balão o homem perseguiu a mecânica do vôo"

O que se mostra a cada estrofe é sempre o desafio de constituir algo sobre o que já se tem, o que já se possui. Tal desafio é tomar contato consigo mesmo, com a possibilidade de ter a liberdade de de-cidir o que se vai ser. Conquistar o espaço ou arar a terra constituem duas formas de aparecimento do desafio de estabelecimento do espaço para o homem. Abrir mão do desafio é abrir mão de ser homem , é deixar-se morrer. Só ao homem é delegado esse desafio. Isso nos está dito intrinsecamente pelo verbo perseguir (lt. persequere), mesmo étimo que origina no português prosseguir, isto é, continuar, persistir. O espaço como constituição não é um espaço dado, não é um espaço que se mostra, mas um espaço que só pode se dar se se persegue e se conquista.

O espaço como re-buscamento
Em toda a busca pela constituição de um espaço próprio, o homem busca a si mesmo, seu próprio interior. Em cada busca e a cada vez ele se de-para sempre com um nada, ou seja, ele nunca encontra algo que o permita dizer que encontrou um lugar seguro, um porto para aterrar. Nesse sentido, a busca é sempre infinita, pois, a cada vez novos desafios surgem, novos problemas são resolvidos, mas as questões que possibilitam o surgimento e a solução desses problemas, permanecem, insolúveis. Nesse sentido, o que o homem encontra é o não encontrar, i.e., o que encontra nunca é o fim de sua busca, mas sempre o início de uma outra busca . É como se pisasse em cascos de tartaruga para atravessar de um lado do rio para o outro, na esperança de chegar à segurança da outra margem, o fim de sua caminhada.

Não encontrando o norte, o homem re-busca in-finitamente, no seu interior e no seu próprio lugar, até o seu fim, até a sua morte.

O re-buscamento se dá sempre pela substituição do antigo pelo novo, do que já se conhece pelo que ainda está por conhecer, da troca do casco sobre o qual se apóia, pela esperança de pisar um outro casco que se encontre mais próximo da margem do rio, mesmo sabendo que ao ser pisada a tartaruga afunda.

O re-buscamento na poesia de Pontes se dá pelo estabelecimento de uma linguagem, que parece apontar para o novo, que parece dar a saída para o fim do túnel. Essa linguagem é a linguagem da ciência, que sempre faz parecer ter conquistado o universo.

"Um asteróide circula em perinavegação a lua telefotografada em seu hemisfério ocullto e seu lado alviluz se vê da rocha dormida o seio o ventre o púbis"

O épico ponteano se dá pelo fato de o homem, a partir dos conceitos forjados por ele, na construção do saber científico, ter a ilusão de poder conquistar o espaço, tanto o interior como o exterior. Essa ilusão dá ao homem a possibilidade de escrever a história como uma história particular, ou uma história de feitos de um particular, que sendo importante, será lembrado pela eternidade, transformando o homem, dessa forma em imortal. Toda a história da Epopéia se deu dessa forma, ou seja, para o homem ser homem ele teria de vencer pela luta e pela coragem, para poder se legitimar enquanto tal e poder ser lembrado pela história , do contrário não seria homem, mas massa, matéria disforme, gado . Isso é o que nos mostra o poeta no último conjunto de versos de sua obra chamado Finito/Infinito:

a cavalgar na luz a cavalgar na luz Retorno ao rio do tempo onde a vida cresce e diminui o meu transporte é a velocidade e sou um rei a cavalgar na luz a cavalgar na luz sou imortal e tudo sei faço parar meu corpo no espaço controlo a vida na velocidade sou cavaleiro a cavalgar na luz a cavalgar na luz bebo verdes ondas de energia há um sol diverso em minhas veias pois reconheço meus ecos de origem e a minha voz a cavalgar na luz a cavalgar na luz sou imortal e tudo posso até mesmo lançar o maior passo ou retornar ao ponto de onde vim ou nem sequer saber se vivo ou se morri a cavalgar na luz a cavalgar na luz

O papel do homem nessas últimas estrofes do verso ponteano é o de domador da ciência (a luz), daquele que se utiliza de todo o arcabouço teórico construído por ele, no decorrer de sua história, para "cavalgar" nas intempéries do que ainda não foi descoberto. Nesse momento o homem governa o universo, pode estar em qualquer lugar a qualquer momento pois é rei, tudo sabe, tudo domina. Ao cavalgar na luz o poeta, como cavaleiro que tem o controle das rédeas de seu animal (a luz da razão), já não constrói mais mundos, já não instaura mais saberes nem reconstrói espaços, pois ele é o saber, o mundo, a compreensão possível do que seja espaço. No entanto o que permanece na viagem possibilitada pela luz (pela razão) é a dúvida de ser ter chegado a desvendar o que como simples homem sempre se buscou: o espaço amado e criado, onde o homem não necessita mais de lançar-se à realidade para dominá-la pois ela, a cavalgar na luz, já se encontra a seus pés. Daí a dúvida: "estou vivo ou morri?" dos últimos versos. Se se chegou a alcançar o que se procurava a busca é finita e como o homem ao ser atingida morre, nesse momento o homem não é mais homem, é deus pois é onisciência, é onipresença. No entanto, se não se chegou a alcançar o que se procurava a busca é in-finita, e o homem como o sujeito que busca, vive, só que iludido pela luz (que ilumina, mas que também cega). Dessa forma o homem não sabe nada, não pode ir a lugar algum, não conhece nada a respeito de si, não instaura saberes nem constrói espaços ou mundos. É simples presença na busca por um teloV" (fim), que dê sentido à sua via. Finito ou infinito é o título do último conjunto de estrofes e, resolver o dilema significaria simplificar a ambigüidade construída pelo poeta.

No entanto, quer nos parecer, o poeta deixa transparecer a crítica, que se apresenta de forma velada, no decorrer de todo o poema, a um saber que pretende dar conta de todo o real, mas por fim acaba por confundir o homem e iludí-lo, até quanto a única certeza que possui : a finitude. Esse saber se nos mostra sempre travestido do entusiasmo, do qual o homem se vale, para vencer a complexidade do real, a complexidade das palavras utilizadas nos versos. Vencê-las é fazer a experiência do épico, transpassá-las é ter a ilusão da eternidade. No entanto, o homem ao ser confundido, se vê diante não da incerteza da infinitude, mas da certeza da finitude e da mortalidade, que o acompanha desde o seu aparecer, que lhe é condição de possibilidade de existência. Tomar contato com a finitude é tomar contato com o espaço mais próprio ao homem, é tomar contato com a mortalidade. Na busca pela infinitude, o que o poeta encontra é a finitude; na busca pelo outro, o que se desvela é o múltiplo, que a cada momento aponta para a origem, para o berço.

Fazer aparecer a ambigüidade é tarefa do grande poeta, desfazê-la é re-criar o que se mostra, na busca in-finita por uma certeza que nos conduza à interpretação que desvele o verdadeiro espaço do homem, o seu verdadeiro hqoV, a sua verdadeira morada.



Bibliografia


BACHELARD, Gaston. A poética do devaneio. São Paulo, Martins Fontes, 1988.

------. A psicanálise do fogo. São Paulo, Martins Fontes, 1994.

------. Fragmentos de uma poética do fogo. São Paulo, ed. Brasiliense, 1990.

------. Instante poético e instante metafísico. 3.ed., Rio de Janeiro, ed. Bertrand Brasil, 1991.

BAILLY, Antoine. Dictionnaire Grec-Français. Paris, Hachette, 1950.

ERNESTO, Faria. Dicionário escolar latino português. Rio de Janeiro, FAE, 1991.

HEIDEGGER, Martin. Ser e tempo. 3.ed. Trad. Márcia Cavalcante de Sá. Petrópolis, ed. Vozes, 1989.

HÖLDERLIN, Friedrich. Reflexões. Trad. Márcia Cavalcante de Sá. Rio de Janeiro, ed. Relume Dumará, 1994.

HOMERO. Ilíada. Trad. Fernando C. de Araújo Gomes. s.l., Ediouro, s.d.

MEYER-LÜBCKE, Wilhelm. Romanisches etymologisches Wörterbuch.Heidelberg, Carl Winter Universitätsverlag, 1992.

Os pensadores originários. 2. ed. Trad. Emanuel Carneiro Leão e Sérgio Wrublewski. Petrópolis, Vozes, 1993.

PONTES, Roberto. Lições de espaço. Fortaleza, UFCE, 1971.

WAHRIG, Gerhard. Deutsches Wörterbuch. Munique, ed. Bertelsmann Lexikon, 1991.



Notas

*Márcio dos Santos Gomes é Mestre em Letras pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. O presente trabalho é a monografia final que apresentou ao Curso Lírica Contemporânea no referido mestrado.

PENSADORES ORIGINÁRIOS (1993) p.91

PONTES, R. (1971) Livro 2

O grifo é nosso.

MEYER-LÜBCKE, W (1992) p.498. Mesmo significado que toma na maioria das línguas românticas (Provençal, Catalão, Espanhol - obrar) e, também no Alemão opfern (do latim eclesiástico operari, para opfaron no alemão antigo, até chegar a opfern no alemão médio) WAHRIG, G. (1991) p.957.

BAILLY, A. (1950) p.459. A palavra grega dhmiourgia (criação), se relaciona com o verbo dhmiourgew (criar, produzir, fazer um trabalho manual) e com a palavra DhmiourgoV (artesão, representante do povo) que passa, a partir dos Neo-platônicos a designar a divindade criadora do mundo.

Nos deparamos aqui com dois conceitos heideggerianos : o de pre-sença (Dasein) e o de ser-simplesmente-dado (Vorhandenheit). O primeiro nos diz que o homem é o único ser na realidade que está aberto para compreender o que se encontra a sua volta, é o único que tem a liberdade de lançar-se no mundo para desvelá-lo; os outros entes não têm essa liberdade, estão sempre à disposição (diante da mão, como nos diz a palavra alemã) para serem dominados, são simplesmente dados. HEIDEGGER, Martin. (1989) p.77.

O grifo é nosso.

PONTES, R. (1971) Livro 2.

FARIA, E. (1991) p.180.

MEYER-LÜBCKE, W. (1992) p.240.

PONTES, R. (1971) Livro 3, Módulo 1.

Originariamente a palavra cultura surge intimamente ligada à arte da terra. Cultura, stricto sensu, retrata a maneira de uma determinada comunidade trabalhar as técnicas de agricultura em benefício próprio. Tais características por serem diferenciadas, formam as identidades de cada grupo. Daí as idiossincrasias oriundas de cada cultura. A história assumida pelo verbo latino vestire nos mostra exatamente isso, já que dá origem no walésico às palavras êvetí "cultivar o campo "eveti "conduzir o gado aos alpes. (Cf.nota IX, p.775)

PONTES, R. (1971) Livro 1, VIII.

PONTES, R. (1971) Livro 1, IX.

PONTES, R. (1971) Livro 2.

"Por mais que o poeta possa querer ultrapassar a si mesmo, ele jamais se abandona. É bem possível que caia nas alturas ou nas profundezas. Essa última queda só a elasticidade do espírito pode evitar, ao passo que a primeira só se deixa impedir pela gravidade própria de uma sóbria lucidez. HÖLDERLIN, F. (1994), p.24.

"O espírito deve habituar-se a não pretender alcançar, em cada momento singular, o todo almejado e a suportar a incompletude do instante." (nota XV, idem ibidem)

PONTES, R. (1971) Livro 3, T-159

No primeiro capítulo da Ilíada Ulisses pergunta à Atená se ele indo à guerra de Tróia iria morrer ao que ela responde: "Se fores à guerra morrerás, mas como Ulisses, ao passo que se aqui permaneceres irás envelhecer, ter filhos e morrer como ninguém." HOMERO. (s.d.) Canto I.

"uma coisa a todas as outras preferem os melhores : a glória sempre brilhante dos mortais; a multidão está saturada como o gado." (idem nota I, p.65)

PONTES, R. (1971) Livro 3, Finito/ Infinito.



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