Ruy Pereira e Alvim

Desencanto

Eu canto o canto do meu desencanto. Eu canto a lua de pele manchada, despudorada com astronautas de quarto em quarto e nua. E canto o medo e as pequenas covardias que no dia a dia, em segredo, fazem as minhas heresias. Canto o tempo esgotado, porque, na hora, o deserto é pranto. E o meu corpo chora sem o recado, que sublimará o meu canto.


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