Ana Júlia Monteiro Macedo Sança


Só o Amor

Entre o fumo do cigarro E o sorriso de uma boca Nasce o luar Numa seara de espuma Quem nunca amou Como sabe porque se ama? O próprio dia quando acorda de manhã Trazendo sementes virgens Transpondo a face da minha alma Enche de formas e sons envolventes A cada passo a esperança que renasce. Fossem minhas, tudo o que eu amo As palavras sepultadas na minha boca Na cadência simétrica dos lábios O gesto parado ... Ah! sonhos que partiram Lembranças que ficaram Esse fogo aprisionado Sejam mudos, apagados E apenas eu a pressenti-los. Ah! fontes desvairadas Onde o rumor das águas, É melodia e amor Trago comigo o cantar diário O ritmo de quem possui um elixir. Ah! orgulho que queima Dói, Sangra e até corrói, Quantas serão precisas Para estrangular essa fúria Quantas vozes para segurar conter essa força?! Só o Amor


* * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * *