Te conheci criança ainda
Jóia encrustrada num vale magistral
Cheias de brancas faces misturadas
As faces caboclas e mulatas
Com itálicas caras emolduradas
De santas e felicidades...
Criança ainda vi-te meio caipira
De fala muito cantada sem mistura,
Onde gravatas eram exigidas
Nos umbrais dos cinemas encantados.
Andei pelas tuas ruas empedradas
Paralelepidicamente rua 15
Orlada de pretos carros
Paralelamente bordada
Da Universidade até a boca santa.
Vi-te de trem de máquinas fumegantes
Na estação onde polacas,lindas bonecas,
Esperavam os jovens ansiosas
Que lhe vinham trazer do Norte brejeiro
Muito amor, prazer e dinheiro.
Vi-te pobre, mas caprichosa e recolhida
Altaneira,isolada e orgulhosa
Hoje, pórem, te vejo opulenta e rica,
Graças ao ouro dos nossos bagos vermelhos
Do café que teimas em não cultuar
Mas que bravamente te enricou.
Vejo-te também, minha capital querida
De pés vermelhos e mãos vazias,
Com braços quais asas aladas,
Para te cantar poeticamente
E viver para sempre junto a ti