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Soares Feitosa
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.Novidades
da semana
Página atualizada em 04.09.1999
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No Sertão Antigo
Um moleque no corte assobiando,
Um cavalo pastando na ladeira,
Uma briga de bois na bagaceira,
E um boeiro malfeito "cachimbando".
Um novilho pé-duro
ruminando
Na sombra do oitão
da bolandeira,
Um telhado coberto de poeira,
E um rebanho de ovelhas
descansando.
Dois bois mansos criolos
atrelados,
Parecidos em tudo, emparelhados,
Vão puxando a almanjarra
sem preguiça.
Enquanto várias campesinas
belas
Aparecem cantando nas janelas
Duma casa de alpendre à
tacaniça.
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D ú v i d a
Nasci! De onde vim é
que não sei,
Enfim também não
sei para que vim,
Se vim para voltar para
que fiquei
Neste intervalo de incerteza
assim?
Nao foi do pó fecundo
que brotei,
Nao sei quem tal missão
me impôs.
O acaso não foi,
já estudei...
Desta incumbência
desconheço o fim.
Sou a metamorfose das moneras
Desagregadas nas primeiras
eras,
Reunidas hoje nesta luta
infinda.
Sou a passagem irreal da
forma
Submetida aos desígnios
da norma,
Do meu princípio
não sei nada ainda, |
Presságio
No pé daquele outeiro
fumarento
Onde uma ave horripilante
ulula
Pressagiando um acontecimento,
Uma jovem "perdida" se estrangula.
Langues sanguíneos
tingem o firmamento,
E um nevoeiro acinzentado
ondula.
Por un lado do morro já
cinzento
0 verde-oliva da ramagem
azula.
Vma mulher pejada à
fonte desce,
Subitamente o corpo reconhece
Cheia de dó a causa
entrega ao bom Jesus.
E diz pedindo a Deus: Ah
um aborto!
Se for pra ser sem sorte
nasça morto
Este menino que vou dar
à luz.
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Na Borborema
O Sol desponta ruivo cor
de gema,
Iluminando o pico magestoso,
Do gigantesco dorso sinuoso
Da tão acidentada
Borborema.
No sopé da montanha
geme a ema,
E embaixo o terreno podregoso,
Ouve-se o canto ingênuo
e harmonioso
Da inocente pernalta, a
seriema.
Chove,troveja, e o vento
forte agita,
A flora se sacode, a fauna
grita,
Um raio irado desce e a
penha abre.
Agora é tarde, o Sol
rubro descamba,
E rodopiando como roda bamba
Apaga a luz detrás
da Serra-Jabre.
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