Silva Dutra


Soneto do Mistério Ontológico

Simone, a amada que não sai da mente, e cuja ausência o próprio amor deplora, lembra ser o que eu era antigamente e não o que eu podia ter agora. Não é mais o problema, em mim tão triste um mistério de forma disfarçada; mesmo porque alguma coisa existe, alguma coisa no lugar do nada. Qualquer coisa de essência põe Simone diante de mim, assim como um mistério. Mas o problema, o que me deixa insone, é ter que refletir num "eu" tão sério. Nada há oculto do que me seduz, que a sombra só existe pela luz.


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