Rodrigo Carvalho

Lamento Derradeiro

à meu Pai
Salvador. Tarde de 5 de janeiro. Brinco, excercendo o ofício da minha infância. Curta. Meu pai, nessa hora, junto a mim morria. . . sem um gemido, como que se fosse feito e prometido. E eu nem lhe ouvi o lamento derradeiro. Quando acordei, sonhei que ele dormia, mas o pranto fraterno desmentia. . . E saí para ver a Santa natureza. Em tudo, o mesmo tom cinzento. Capitalismo selvagem das capitais. Era só o cinza daquela selva de pedras. Nem uma nuvem no céu. Branca. Mas, pareceu-me entre as estrelas flóreas, como ti, num carro repleto de glórias, ver tua alma subindo aos céus. Por ti, penar é a certeza do amor. Por ti, suplicar aos pés do Onipotente, em preces comoventes. . . e depois, remir meus desejos. Volta!

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