Silveira Neto


Pórtico

Versos — mendigos de mantos reais —, Ide, que vos esperam sete espadas. Fugi aos olhos de ouros senhoriais: Antes a prece aldeã pelas estradas... Ide arrastar o meu burel de monge; (Quanta saudade esse burel traduz... Se encontrardes o Mundo tende-o longe, Porque os seus braços são braços de cruz. Direis a uns Olhos — Olhos onde a sorte Pôs meu Ser a rezar, como em altares — Que me vou de caminho para a Morte. E a Morte... essa verá, na triste hosana Do poente roxo que orla os meus olhares, Como anoitece uma existência humana.


* * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * *