Silvestre Péricles de Góes
Monteiro

Dos rios

Os rios nascem. É um filete, antes, revel, ou provenha de fonte, ou mesmo de geleira: mas, alongando o curso, emerge undoso mel que, agora, largo, investe...e o trajeto aligeira... Eles vivem. Por isso, a existêencia a tropel de emoções se reduz, através da carreira: vezes, são areias que os tragam - lei cruel: vezes, um lago os prende a afeição derradeira. Mas, se alcançam delir, com todo o zêlo insano, os riscos do percurso, ei-los fortes, bravios, premendo, delirando os seios nus do oceano ! - Homem, ama ! a paixão te exalte sem cessar ! Pois é só por amor que as águas destes rios vão correndo...correndo...em busca do mar ! *(abril de 1917) .


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