Silvestre Péricles de Góes
Monteiro
Nuvem cor de rosa
Passaste como nuvem cor de rosa
no firmamento azul, em horas mansas.
Da graça, comovida e luminosa,
retrataste a doçura das lembranças.
E conduziste os sonhos meus, formosa,
e acentelha de afeto, em que descansas.
Talvez sejas feliz, ou inditosa,
tu que levaste as minhas esperanças.
Fico-me só. Sozinho, e suave, e triste...
Mas, neste peito, há vibrações sadias
do que foi, e será, e agora existe...
Cardos e flores, com que o ser se junca,
resultam, pela vida, em harmonias,
se o amor, no coração, não morre nunca.
* agosto de 1930
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