Silvestre Péricles de Góes
Monteiro

A que revive

Não me culpes. Amor, nos teus pesares, nem aumentes, por mim, as tuas dores. Acamponham-te sempre os meus cismares e o espírito solícito, aonde fores. Se ouvires cantilenas pelos ares, em dias claros e reveladores, imagina-as quais ondas singulares de carícias, que envio como flores. E se vires, em noites silenciosas - e olhos fechados, como adormecida - entrar alguém de formas vaporosas, aconchega-o, amor, na soledade, e prolonga, no sonho, a tua vida, revivendo nos beijos de saudade. * este poema também tem uma versão em espanhol de Villaespesa. .


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