Salette Tavares


Espelho Cego

Eu leio o meu destino nos jornais. Eu vejo os Signos do Domingo nos chifres do Carneiro e creio no regaço em que me leva algum planeta a jogar no firmamento. Osíres, ou sol da noite, ou estrela da terra a vida é essa que se esculpe na alma do poeta, em ronde bosse, em corpo inteiro... e as mãos cegas são só para saber mais devagar. Minha cintura dorida adeus supremo sem beijo enche-me o peito de fome geme silêncio o desejo. Espreme-me frutas os braços bebem-se vinho de março grandes belos cabelos com o vento no regaço Alvorecer de um segredo boca que a fruta pede mar de ouro generoso onde o meu barco se perde.


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