FORTUNA CRITICA
1) Marçal Aquino em “Jornal da Tarde” (xerox anexo)
2) Lênia Márcia Mongelli (professora-titular de Literatura
Portuguesa na USP) em “COLÓQUIO-LETRAS” - Lisboa (xerox anexo)
3) “Seus contos (Mergulhador de Acapulco) têm um padrão
de qualidade invejável e não dá para dizer de qual
ou de quais gostei mais - todos são melhores. Você é
um escritor malicioso (no bom sentido), começa sorrateiro, como
quem está apenas ciscando, e quando do leitor percebe está
enredado, envolvido e aceso. Essa é uma técnica que não
se aprende. Quem a intui é escritor”.
J.J.Veiga - escritor
4) "Sérgio Telles nasceu em 1946, em Fortaleza, Ceará,
onde estudou Medicina na Universidade Federal. Desde 1970, reside em São
Paulo, onde se formou em psicanálise e dirige um Grupo de Trabalho
no Instituto Sedes Sapientiae desde 1980. Ele retrata antes de mais nada
a classe média urbana, vislumbrada em bares, locais de diversão
ou em sua vida doméstica. Com frequência seus contos abordam
casamentos desgastados pela rotina, relacionamentos frágeis que
mal se sustentam ou então pessoas vítimas de doenças,
estresse ou acidentes de trânsito. Habilmente capta a gíria
dos estudantes assim como a dos profissionais liberais, uma classe privilegiada
que pode viajar até Argentina ou Europa para ali passar até
seis meses, enquanto a grande maioria de brasileiros está lutando
na faina cotidiana para sobreviver. Essa classe frequentemente fica entediada
com a mesmice da rotina do expediente nas manhãs chuvosas
e frias de São Paulo.
Este é, em outras palavras, aproximadamente o mesmo "milieu"
retratado por Mário de Andrade em sua obra, mas aqui apresentado
quase sempre sobre um fundo ainda mais sombrio, especialmente quando se
refere ao tempo da ditadura. Por exemplo, no conto intitulado O DÉCIMO
DIA entramos num centro de tortura, surpreendendo seus variáveis
“regimes de trabalho”, quando os torturadores se alternam em comportamentos
ora brutais, ora amáveis, ora burocráticos. Tudo é
direto e impiedoso, homens sacrificados como ovelhas, segundo um torturador,
justamente para “pagar algum mal que cometeram em outras encarnações,
outras vidas”. O mesmo castigo espera, presume-se, os próprios
torturadores em sua descendência." - Arne Lundgren
- trecho de apresentação da antologia publicada na
Suécia – Fran Urskog till Megastad - (xerox anexo)
5) Nilza Amaral (escritora)- O Escritor - (xerox anexo)
6) orelha do livro de Cláudio Willer (escritor)(xerox anexo)
7) contracapa do livro de Marcos Rey (escritor)(xerox anexo)
8) “Gostei imensamente de MERGULHADOR DE ACAPULCO... e é
sempre mais fácil e mais agradável quando a leitura é
a gosto! Passei 2 dias lendo, sorrindo, concordando e apreciando, tanto
a forma que Sergio Telles adota quanto o conteúdo/temática.
Acho que isso se deve mais à sua mestria como ficcionista
e também, em grau menor, ao fato de eu, o leitor, poder
me identificar certinho com a classe e a geração
que o autor tão habilmente retrata, aliás,
recria, fotografa por dentro pois seus contos, embora produzam uma ambiência
notável, externo, palpável, são mais "flagras"
psicológicos - e a sondagem - a seu crédito, pois não
é fácil - nada diminui qdo. narrada na 3a. pessoa,
também.
As narrativas de Sérgio
Telles, para mim, são "tradicionais" no
"bom" sentido da palavra: enxutas, extremamente críveis, polidas;
chegam ao âmago, captando a natureza humana, particularmente o
lado fraco, vulnerável da gente. São sofisticadas - como
convém a um elenco pequeno-burguês (paulistano),
lidam bem demais com a ironia e o suspense, o desfecho inesperado;
com o "flash", cujo toque de contraste frequentemente não
resulta contrário (exceto, é claro, cronologicamente) e sim
paralelo aos eventos do momento. Seu estilo, para resumir, muito
me lembra o de Lygia Fagundes Telles, outra perfeccionista.
Só lamento
que não tivesse conhecimento anterior de sua contística
pois teria gostado de incluir uma amostra no meu
O NOVO CONTO BRASILEIRO, de uns anos atrás.”
Malcolm
Silverman - professor de Linguas e literaturas portuguesa e brasileira
em San Diego - California - USA, autor de vários livros, entre eles
O NOVO CONTO BRASILEIRO _
9 ) “MERGULHADOR DE ACAPULCO é fruto de amadurecidas incursões
no terreno da curta-ficção. Justamente por ser percuciente
artífice do gênero, as narrativas que esse volume encerram
atestam uma consistência técnica que somente a experiência
costuma proporcionar. Há de se reconhecer que a visão de
mundo ali explicitada, ampla e múltipla, resulta em fluxos e projeções
existenciais aliciantes e plenamente aferíveis, cumprindo-se o papel
da ficção, que é o de, reproduzindo casos e vivências,
gerar a ilusão de realidade ou idealidade, a confundir-se nessa
última hipótese com a poesia.”
F.S. Nascimento - crítico literário, autor de "Os três
momentos da ficção menor" e "A estrutura desmontada".
10 ) “MERGULHADOR DE ACAPULCO são contos de primeiríssima
água, densos, entre o poético e o narrativo. "A Letra T"
é meu preferido. É um mini de força absoluta, perfeito.
Gosto, porém, de "Missão Cumprida", um texto que conta, nos
velhos esquemas ainda tão ricos e convincentes.”
Uílcon Pereira - escritor e professor de literatura.
11 ) “MERGULHADOR DE ACAPULCO - Fui botando uma cruzinha à esquerda
dos contos que ia classificando de bons e excelentes e vinte deles se enquadraram
nestas categorias. Que contos! "Cara Doutora Frieda", "Sofro em solos de
sax" e "Programa" são obras-primas indiscutíveis. Você
está de parabéns. E nós todos que participamos da
mesma briga. É, sem dúvida, maravilhoso ver um companheiro
realizar um trabalho significativo.”
Esdras do Nascimento - escritor
12 ) “Sérgio Telles trabalha bem a linguagem (ele sabe que aí
reside tudo), deixando os assuntos se diluirem nas palavras - estas, sim,
tecidas em opacidade: literariamente. Para se fazerem ver, notar. Disse
"assuntos" de propósito, e não "conteúdos". Assim,
p.ex., em "A Letra T", o "conteúdo" (gradação visual
e semântica: echarpes - xales - lenços / elegância -
alegria - inquietude, impaciência, tristeza, pemar) fica submerso,
para a sensibilidade do leitor poder resgatá-lo e daí poder
dialogar com o texto, reconstruindo no imaginário a história
que "não" foi contada, a história de uma vida (a da mãe),
alegres arroubos da juventude, na azáfama da condição
de dona-de-casa e mãe-de-família, na curva descendente dos
anos desbotados, com cheiro de adeus. A capacidade para dizer tanto com
"tão pouco" é toda do autor.[...] "Cartas, Telegramas, Telefonemas"
é enunciação de quem conhece (ou tenta conhecer) o
ser humano, [...] A manutenção do suspense na narrativa tensa,
de linguagem enxuta, precisa. O mistério não revelado, literalidade
construída palavra por palavra, solicitando mais uma vez a intervenção
do interlocutor implícito("e daí? e aí?") Você
não sabe, tampouco eu. Isso importa? O que é que importa?
Flagrar o momento, como em "Mergulhador de Acapulco"? Apostar numa
linguagem nova, num formato novo (parece um roteiro para ser encenado,
o narrador se comporta como um diretor decena, ou um camera-man, aproximando-se
do "ente", recuando, (nesse movimento "deixando passar" toda uma visão
de mundo, de vida, de morte?). O "outro": projeção do "eu"?
Desmaio não é uma meia-morte? De novo o "eu"que reaparece
para recontar a mesma história de "A Letra T" (uma obcessão
do autor?) e revestir o núcleo temático que se vai configurando
aos poucos: Thanatos, sempre. Veja "Despedida", mais um "flash" de uma
agonia cujo fim já conhecemos. Agonia que se transveste de "inconsequente
conversa de botequim" em "Missão Cumprida": ainda a obcessão.
E mais a postura de não saber, e "saber"que é impossível
saber. Privilégio da indagação que persiste. Como
literatura, quando a recusa às respostas deixa no ar o constrangimento
da impossibilidade. Mas é por aí. Literatura não é
para apaziguar”.
Dulce Midlin - professora de Teoria Literária na Universidade Federal
de Goiania. |