Marcelo Tápia


céu de mil e uma noites

Se eu não fosse poeta seria astrônomo por certo. Maiakóvski (trad. Augusto de Campos)
olho o céu e vejo um céu antigo como aquele que eu tenho comigo desde que o mundo era o meu umbigo um céu de tecido azul escuro com os pontos de luz em furo e uma meia meia lua de futuro nesga, um rasgo fino reluzente numa renda quase transparente com o vulto do clarão ausente crescente sobre o pano profundo que conquista um negrume de fundo quanto mais e mais cai com o mundo e se consome o vermelho púrpura (desvanece a cor à ausência pura) quanto mais e mais o brilho fura

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