Tavares Bastos


Apoteose

Senhora, estes meus versos eram cheios De tenebrosos, místicos pecados, Porém já foram todos comungados Com a hóstia santa dos teus níveos seios! E assim por essa luz iluminados Apagaram-se os tristes devaneios Que os maculavam de cruéis anseios, Brumando-os de negrores mascarados!... E já que os leste, minha santa amada, Rasga-os agora: quero estrangulada Minh'alma ver em tuas mãos de neve!... E então, que este prazer ainda eu goze, Erguendo novamente uma ara leve Para fazer-te nova Apoteose!...


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