Vespasiano Ramos
Samaritana
Piedosa gentil Samaritana:
Venho, de longe, trêmulo, bater
À vossa humilde e plácida cabana,
Pedindo alívio para o meu viver!
Sou perseguido pela sede insana
Do amor que anima e que nos faz sofrer:
Tenho sede demais, Samaritana
Tenho sede demais: quero beber!
Fugis, então, ao mísero que implora
o saciar da sede que o consome,
o saciar da sede que o devora?
Pecais, assim, Samaritana! Vede:
— Filhos, dai de comer a quem tem fome,
Filhos, dai de beber a quem tem sede.
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