Vespasiano Ramos


Ânsia Maldita

Ninguém mais do que tu saberá quanto Padeço, agora! e, em lágrima, advinha A minha'alma apagar-se, neste pranto, Beatriz! Alma em flor! Suave encanto, Que me salvar, pensei, dos altos, vinha: O quanto peno, o quanto sofro, enquanto Imagino que nunca serás minha! Foram, por ti, as lágrimas que os olhos Meus derramaram! só por ti, somente Que minh'alma, do Amor contra os escolhos, Há de, convulsa, soluçar, um dia, A derradeira lágrima pungente E o derradeiro grito de agonia!

* * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * *