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Vicente de Carvalho
Vicente Augusto de Carvalho nasceu em Santos, SP, em  1866, onde morreu em 1924.
Obras principais: RELICÁRIO, 1888; ROSA, ROSA DE AMOR,
1902; POEMAS E CANÇÒES, 1908; VERSO E PROSA, 1909; 
VERSO DA MOCIDADE, 1912.
 
    1. Saudade
    2. Dona Flor 
    3. Velho Tema 
    4. A Flor e a Fonte
    5. Pequenino Morto
    6. Esperança 

 

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http://geocities.yahoo.com.br/vicentedecarvalho2002/


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Vicente de Carvalho


ESPERANÇA

Só a leve esperança em toda a vida
disfarça a pena de viver, mais nada;
nem é mais a existência resumida
que uma grande esperança malograda.

O eterno sonho da alma desterrada,
sonho que a traz ansiosa e embevecida,
 é uma hora feliz, sempre adiada
 e que não chega nunca em toda a vida.

Essa felicidade que supomos
árvore milagrosa que sonhamos
toda arriada de dourados pomos

existe sim; mas nós não n´a encontramos,
porque está sempre apenas onde a pomos
e nunca a pomos onde nós estamos.



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Vicente de Carvalho


 
Saudade
 
 

Belos amores perdidos, 
Muito fiz eu com perder-vos;
Deixar-vos, sim: esquecervos
Fora demais, não o fiz.

Tudo se arranca do seio, 
— Amor, desejo, esperança...
Só não se arranca a lembrança
De quando se foi feliz.

Roseira cheia de rosas, 
Roseira cheia de espinhos,
Que eu deixei pelos caminhos,
Aberta em flor, e parti:

Por me não perder, perdi-te:
Mas mal posso assegurar-me,
— Com te perder e ganhar-me, 
Se ganhei, ou se perdi...


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Vicente de Carvalho


Dona Flor
 

Ela é tão meiga! Em seu olhar medroso
Vago como os crepúsculos do estio, 
Treme a ternura, como sobre um rio
Treme a sombra de um bosque silencioso.

Quando, nas alvoradas da alegria, 
A sua boca úmida floresce, 
Naquele rosto angelical parece
Que é primavera, e que amanhece o dia.

Um rosto de anjo, límpido, radiante...
Mas, ai! sob êsse angélico semblante
Mora e se esconde uma alma de mulher

Que a rir-se esfolha os sonhos de que vivo
— Como atirando ao vento fugitivo
As folhas sem valor de um malmequer...

                                                                                                                        (VERSOS DA MOCIDADE)
 
 


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