Vitoriano Palhares


Negro Adeus

Adeus! já nada tenho que dizer-te. Minhas horas finais trêmulas correm. Dá-me o último riso, p'ra que eu possa. Morrer cantando, como as aves morrem. Ai daquele que fez do amor seu mundo! Nem deuses nem demônios o socorrem. Dá-me o último olhar, para que eu possa Morrer sorrindo, como os anjos morrem. Foste a serpente, e eu, vil, ainda te adoro! Que vertigens meu cérebro percorrem! Mente a última vez, para que eu possa Morrer sonhando, como os doidos morrem.


* * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * *