Vernaide Wanderley


Forragens e Desertos, nos
Versos da Escrivaninha

Minha escrivaninha é túmulo e reboliço de lembranças; armário entulhado de tormentas e águas que retraçam rumos e barram a invasão do tempo. Sua desordem é castelo e sertão dos meus desvelos; redemoinho e povo desterrado, exílio que modela dunas e barra a invasão do tempo. Minha escrivaninha é mistério nos fiapos do novelo que me tecem; amor de gavetas, velhas bastilhas e medo ou lucidez de resistências, que barram a invasão do tempo.


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