Xavier de Carvalho


Noivas Mortas

Essas que assim se vão, fugindo prestes, De ao pé dos noivos, carregando-os n'alma, Amortalhadas de capela e palma Em demanda dos páramos celestes; Essas que, sob o horror que a morte espalma, Vão dormitar à sombra dos ciprestes Em demanda dos páramos celestes Amortalhadas de capela e palma; Essas irão aos céus, de olhos risonhos, Por entre os Anjos, pelas mãos dos Sonhos, De asas flaflando em trêmulos arrancos, De Alvas Grinaldas pelas tranças frouxas, De olhos pisados e de olheiras roxas, Todas cobertas de Pecados Brancos.

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